Como recompor cores, sensibilidades e percepções de memórias sociais coletivas? Como tornar presentes através da arte reavaliações de episódios e cenas históricas que ainda hoje marcam o nosso presente?

A COR da pintura → a COR das árvores → a COR da pele → a COR da dor

O CALOR da cor → o CALOR do asfalto → no CALOR da emoção

O VALOR da obra de arte → o VALOR da dívida → o VALOR da dádiva → o VALOR do conhecimento ancestral

A 11° Mostra de Arte 3M propõe uma conversa sobre história e estruturas de poder, provocando através da presença pública um valor dentro da convivência múltipla de diferentes visões. A arte pode trazer imagens e imaginários que contribuam para a reformulação de epistemologias que não se baseiam em universalidades temporais e materiais. E no cruzamento da sonoridade com a densidade das palavras COR, CALOR, VALOR podemos abrir janelas para olharmos para as noções de história e modernidade, políticas ambientais e o evento racial.

Com o COR, acionamos a dimensão do visível, marcadores de lugares, corpos e objetos. Com o CALOR, acionamos toda a dimensão do sensível, do invisível que chega como uma sensação, antes mesmo da racionalidade ou da materialidade. E no VALOR, acionamos as qualidades, os efeitos e a estimativa daquilo que entendemos como importante para nós.

A Mostra, portanto, atua como forma visível na apresentação de leituras mais éticas na perspectiva contemporânea; sem marcações estéticas prévias ou dominantes como orientação. Assim, COR, CALOR, VALOR tem como premissa curatorial a compreensão de que arte é educação e que, tal qual ferramenta de transformação, é capaz de atualizar no imaginário coletivo acordos culturais e sociais feitos e reforçados a partir do diálogo e análises de cenas cotidianas. A 11° Mostra de Arte 3M está à disposição e no risco de acumular o passado no presente, respirando a força que compomos hoje.